Por Gen Bda Paulo Chagas
Caros amigos
Há um mês atrás, dei-lhes conhecimento de um texto/mensagem
que eu havia endereçado a SExa o Ministro Jaques Wagner, da Defesa, no qual, como
introdução, referi-me aos valores que fazem das Forças Armadas um organismo
único, permanente, visceralmente vinculado a seu passado, à sua história e
indivisível no tempo, ontem e hoje, como querem negar seus camaradas do Foro de
São Paulo.
Na mesma mensagem, postada no site do Ministério da Defesa,
coloquei dois questionamentos.
Solicitei ao Sr Ministro uma explicação sobre os critérios
que o levaram à imperdoável substituiçãodo nome de um General pelo de um
terrorista em uma escola do estado da Bahia e uma justificativa para o seu
suposto “voluntariado” para ser Ministro da Defesa, vis-a-vis de seu aparente
desprezo pelos militares.
Ainda não recebi a resposta do Sr Ministro, mas, com muita
honra, recebi seu “recado”, dando-me conta de que recebeu minha mensagem.
Mais me honrou a escolha do Mensageiro Especial, Sua
Excelência o Gen Ex Enzo Martins Peri, desde ontem, ex-comandante do Exército,
que, obviamente, por improcedente constrangimento, delegou a outro a
transmissão do “comunicado ministerial”, determinando minha dispensa da tarefa
que, a convite, exercia, por tempo certo, no Departamento Geral do Pessoal
(DGP).
Minha exoneração, embora antecipada por alguns dias, não
contrariou a cláusula do “tempo certo”, pois meu compromisso estava
condicionado à permanência do Chefe do DGP em sua função, o que, antes disso,
eu já sabia que não ocorreria.
Não sei se o Sr Ministro pretendia punir-me com sua
determinação ao então Comandante do Exército, a quem sempre prezei e respeitei,
mas, se assim foi, deu um “tiro na água”!
Não tenho nada de especial a pensar sobre a atitude ou a
pessoa do Sr Jaques Wagner, já que, para mim, como já expressei em outro texto,
ele é apenas um petista, com toda a insignificância que o título encerra.
Trata-se meramente de um político em função de ministro, cujo trânsito nos
poderes executivo e legislativo deve ser explorado, com prudência, pelos Comandantes para incrementar o poder
dissuasório das Forças Armadas. Ressalto a prudência baseado no que a mídia nos
tem mostrado a respeito da operação “Lava-Jato” e da participação do seu
partido nas negociatas do chamado “PTrolão”.
Tanto não tenho interesse em desqualificar a pessoa do Sr JW
que nunca me permiti explorar junto a meus amigos ou fazer comentários sobre
uma fotografia, de conhecimento público, em que Sua Excelência aparece
intermediando um beijo entre duas senhoras. Desconheço as circunstâncias do
flagrante e tampouco tenho, ou pretendo ter, com ele a intimidade que, parece,
têm as senhoras que o protagonizam.
Por outro lado, minha dispensa persecutória da tarefa para a
qual havia sido convidado muito valoriza meu currículo, dado que me equipara,
por baixo, com muita honra, ao Gen Ex Maynard Marques de Santa Rosa que, por
razões mais importantes, desagradou outro Ministro da Defesa e, por intermédio
do mesmo Mensageiro Especial, foi exonerado persecutoriamente da Chefia do
Departamento Geral do Pessoal!
Finalizo este texto/resposta, que pretendo postar à
Ouvidoria do MD, dizendo que não quero ser uma “pedra no sapato” do Sr Jaques
Wagner, não tenho humildade para chegar tão baixo, mas, como brasileiro,
soldado e patriota, acuso o recebimento do “recado”, reafirmando minha cada vez
mais firme disposição para conhecer as respostas aos questionamentos que o
levaram a chamar à sua presença o Comandante do Exército e a fazê-lo mensageiro
de seu desconforto.
Acrescento, por oportuno, que tenho a mesma determinação em
relação à Ação Popular que movo, representando o Grupo TERNUMA, contra a
Presidência da República, face ao decreto que institui os “sovietes do pt”, e
em relação à Ação Ordinária que, junto com meus irmãos e por intermédio do Dr Amadeu
de Almeida Weinmann, movemos contra a dita Comissão Nacional da Verdade, em
resgate da memória de nosso pai.