Por Sérgio Alves de Oliveira
A incrível “coincidência” da visita da Presidenta Dilma
Rousseff aos Estados Unidos, com o anúncio da abertura desse mercado consumidor,
para até cem mil toneladas/ano de carne bovina in natura, produzida no
Brasil, nos leva a supor que essa negociação “teve boi na linha”.
A nossa velha conhecida “Grande Mídia”, sempre disposta a
informar ou esconder o que lhe interessa, não deu qualquer destaque ao fato de
que essa visita da Presidenta e o anúncio da exportação de carne para os EUA ,
têm toda a cara de uma operação “casada”. É impossível que tenham sido meras
“coincidências”.
Uma das explicações que poderiam ser cogitadas é que o
Presidente Barack Obama estaria incentivando a política do “Foro San
Pablo”, cujo objetivo principal é a implantação do socialismo nos
seus países membros, e que esse “foro”, com poderes além das soberanias
locais, teria conseguido abrir o rico mercado americano para os bois do Brasil,
maior potência da organização. Não seria ,também por essa razão, o
Presidente americano um “sócio oculto” do Foro de São Paulo? Portanto, irmãos
americanos, “olho nele”.
Essa medida do governo americano é anunciada após 15 anos de
difíceis negociações e restrições à carne bovina brasileira,
surpreendendo que , de “uma hora para outra”, acabaram tais
restrições ,sem que tenha havido no Brasil nenhuma novidade para melhorar a
qualidade desse produto.
Essa medida terá consequências. Boas e ruins.
Sem dúvida são boas para a imagem da Presidenta Dilma,
que teria conseguido um bom negócio nos Estados Unidos, com a
viagem que fez. Também são boas para todos aqueles que de uma ou outra forma
estão envolvidos com a produção dessa carne. Mas de modo muito especial os
grandes beneficiários serão os frigoríficos brasileiros habilitados a fornecer
esse produto para exportação.
E qual é o maior desses frigoríficos ? Quem será o grande
beneficiário? Quais as “ligações” desse principal fornecedor com o
Governo e seus integrantes?
Sabe-se, ao certo, que o maior frigorífico existente
hoje no Brasil é o JBS-Friboi, que alguns asseguram que têm como sócios
“ocultos” o ex-Presidente Lula da Silva e seu filho “Lulinha”, que também tem
participação acionária expressiva do BNDES, banco de desenvolvimento do
Governo. Não há como negar, portanto, a íntima ligação entre Governo
(PT)-BNDES-JBS/Friboi . Reforçando essa tese, acrescente-se que o Grupo
JBS criou um banco próprio, o Banco Original, cujo Conselho de
Administração é presidido por Henrique Meirelles, um
dos expoentes da área econômica do partido que está no poder há doze
anos.
O crescimento meteórico da JBS ainda é uma incógnita. Não
pode ter sido causado exclusivamente por capacitação de gestão. “Forças
Ocultas” devem ter ajudado. Um dia aparecerão. Sua expansão foi tão
surpreendente, que nos supermercados do Rio Grande do Sul, tradicional produtor
de carnes, só se encontra carnes com o selo da “Friboi”. Os frigoríficos locais
foram alijados e não conseguem nem espaço nos supermercados para expor seus
produtos.
Agora iremos para o outro lado. Quem se “rala” em toda essa
história?
De bom tempo para cá, a carne bovina está cada vez menos
acessível ao brasileiro que não é rico. Os hábitos alimentares do povo
tiveram que se adaptar a uma nova realidade onde essa carne passou a ser artigo
raro, de luxo. Teve que ser dispensada. Só para termos uma ideia, uma
família com renda mensal de um salário mínimo gastaria tudo que ganha só para
comprar e comer esse “luxo”.
Mas enquanto o Governo e os interessados nessa nova fatia do
mercado exportador festejam essa conquista,os resultados para o povo serão
funestos. Em virtude da alta no preço da carne de exportação para um país rico,
internamente, e como consequência, o que já era uma raridade na mesa do
povo passará a ser produto que somente poderá ser consumido com
os...“olhos” . E só nos...museus.
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Sérgio Alves de Oliveira é Sociólogo e Advogado.
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